Educação Cooperativa Negra: Uma Tradição Pan-Africana 

Por Nonkululeko Shongwe 

Steve Biko e o Movimento da Consciência Negra ensinaram que a verdadeira libertação começa na mente. Biko certa vez disse: “A arma mais poderosa nas mãos do opressor é a mente do oprimido.” Suas palavras nos lembram que recuperar nossa identidade, orgulho e senso de valor é o primeiro passo em direção à liberdade. Quando acreditamos em nosso próprio valor, podemos construir comunidades fortes e sustentar o poder coletivo.

Por gerações, as cooperativas negras têm incorporado essa verdade. Sociedades funerárias, grupos de ajuda mútua, fazendas coletivas e empresas de propriedade dos trabalhadores surgiram da necessidade, mas também construíram orgulho, solidariedade e força. Em todo o Caribe, África e Américas, essas tradições cooperativas ensinaram autossuficiência e liderança comunitária. Elas mostram que independência econômica e liberdade psicológica andam de mãos dadas.

O panafricanismo nos lembra que nossas lutas estão conectadas além das fronteiras. Um grupo de poupança na Jamaica, um coletivo agrícola na Tanzânia ou uma cozinha de propriedade dos trabalhadores em Chicago compartilham o mesmo espírito. Somos mais fortes quando nos unimos, compartilhamos recursos e nos apoiamos mutuamente. As cooperativas não são apenas sobre sobrevivência. Elas tratam de praticar a democracia, fortalecer a comunidade e reivindicar o poder coletivo.

Ubuntu, a filosofia africana que significa “eu sou porque nós somos”, aprofunda esse trabalho. Ela nos lembra que nossa humanidade é compartilhada e que nossa libertação está interligada. Quando construímos cooperativas, compartilhamos o que temos e cuidamos de nossos vizinhos, estamos vivendo o Ubuntu. Nenhum de nós é livre até que todos sejamos livres.

Esse espírito está vivo hoje na Turma 9 da North Star Black Cooperative Fellowship, um programa da Nexus Community Partners em St. Paul, Minnesota. A bolsa apoia cooperadores negros que estão desenvolvendo projetos que promovem justiça econômica, riqueza comunitária e propriedade coletiva. Por meio da educação, da construção de relacionamentos e da contação de histórias, a North Star cria um espaço para que líderes negros aprofundem sua prática cooperativa e fortaleçam as conexões em toda a diáspora africana.